Trabalhos científicos recentes mostram que o período de jejum pode ser um momento de reparo e renovação dos componentes do corpo, pois a teoria da fisiologia do jejum afirma que certos processos bioquímicos são ativados quando estamos em jejum, e não durante o período de alimentação. Esse período poderia fazer uma restauração metabólica, reorganizando o funcionamento corporal, podendo contribuir até para melhor controle do peso. As mudanças metabólicas começam a ser observadas a partir de 12 horas de jejum.
Existem várias maneiras de realizar o jejum intermitente, desde 12 horas seguidas a vários dias, todos de forma recorrente: jejum em dias alternados, onde os indivíduos alternam entre não consumir nada de calorias por um dia e comer sem restrição calórica no outro, ou jejum modificado em dias alternados, com dias de poucas calorias (<25% das necessidades energéticas) alternados com dias sem restrição calórica, ou jejum periódico, com restrição calórica apenas 1 ou 2 dias por semana e sem restrição calórica nos outros 5 a 6 dias da semana.
De uma maneira geral, os estudos científicos encontram bons resultados da prática do jejum intermitente para a perda de peso, melhora de doenças inflamatórias como as doenças cardiovasculares, e parece ser uma prática promissora para melhorar o controle glicêmico, podendo, assim, também contribuir para o controle do diabetes em alguns casos. Os mecanismos de melhora no metabolismo da glicose não são totalmente elucidados, e efeitos controversos podem ocorrer, como a hipoglicemia. Sendo assim, é necessário sempre a indicação e acompanhamento médico e nutricional.
Estudos experimentais encontraram que o jejum intermitente também pode melhorar a modulação de neurotransmissores (com consequentemente melhora do humor e cognição), crescimento e plasticidade neuronal, aumentando a resistência neuronal a lesões e doenças. Apesar de mais estudos com humanos e a longo prazo serem necessários para avaliar possíveis riscos, a prática do jejum vem crescendo, com relatos de maior disposição física e mental.
Na prática do jejum é comum associar a restrição de calorias diárias, também com a finalidade de promover saúde, melhor controle do peso, humor, menor estresse oxidativo, podendo contribuir, assim, para a longevidade. Contudo, um estudo de revisão científica concluiu que não há evidências suficientemente fortes para que a população em geral faça restrição calórica com o objetivo de promover longevidade.
As evidências científicas acerca dos possíveis benefícios associados ao jejum são limitadas, e a sua prática não supera outros tipos de dietas. Mais estudos, principalmente estudos clínicos de longo prazo, são necessários para embasar consistentemente a sua indicação. Nunca faça jejum ou qualquer outra estratégia alimentar sem a indicação e acompanhamento nutricional e médico. Existem várias estratégias que podem ser muito úteis para alguns casos, mas se feito de maneira incorreta, pode trazer riscos à saúde